sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Pinturas inspiradas no "Mundo Maia"

"GUARDIÃO" - óleo sobre tela 50 x 60 cm.
2012

  
"INTERFERÊNCIA" - óleo sobre tela - 80 x 60 cm. 
2013 
 Pintura criativa inspirada na visão maia relacionada a influência dos planetas na rotina diária da sociedade. A posição dos planetas era importante para a agricultura – base da sobrevivência dos reinos -  estabelecia as datas de semeadura e da colheita . Os astros indicavam o inicio do período de chuvas e de estiagem. A posição do planeta Vênus tinha grande influência na determinação das guerras e dos sacrifícios. Havia também o registro dos eclipses. Com previsões detalhadas de ocorrências futuras. Vale lembrar que eles construíram observatórios planetários, porém tudo isso feito a olho nu, sem utilização de telescópios ou outos instrumentos. E as previsões das ocorrências eram extremamente precisas. Neste quadro se destacam , além do Sol e da Lua, o planeta Vênus. A imagem em pedra representa o deus do milho. Esse vegetal destaca-se na cultura maia pois segundo a mitologia o homem foi criado pelos deuses a partir da massa de milho.

  
"ORIENTAÇÃO" - óleo sobre tela - 80 x 60 cm.
2013 
 O deus do milho, aqui representado, derrama de sua mão direita a água, que representa a vida e a fertilidade que é iluminada por um raio de energia amarela, positiva, masculina, relacionada ao Sol (ao Cosmos). Da mesma forma, sua mão esquerda, é iluminada por um raio de luz branca relacionada à energia da Lua, feminina, Mãe Terra. Ambos os raios formam o campo eletro magnético da Terra.
As espigas de milho, representam as quatro direções Suas diferentes cores relacionam-se aos quatro deuses dos pontos cardeais, os responsáveis de sustentar o céu de forma quadrangular segundo a cosmovisão maia: a leste, o vermelho; o preto a oeste; o branco ao norte e o amarelo ao sul.
O cubo e a esfera, representam a “geometria sagrada” conhecida pelos maias, que é o estudo das ligações entre as proporções e formas contidos no microcosmo e no macrocosmo com o propósito de compreender a Unidade que permeia toda a Vida.


 "CICLO" - óleo sobre tela - 50 x 40 cm.
2012 
 - óleo sobre tela - 80 x 60 cm.2013 

"TIKAL"
As pirâmides-montanhas, como esta em Tikal, (o templo I – do Grande Jaguar, título do rei ‘Jasaw Chaan K’awik’) representavam o universo e serviam como meio de comunicação com o Além. Elas exaltavam o poder dos governantes. Os santuários ficavam no nível superior e representava a criação do mundo, a união do subterrâneo com a superfície da terra e do céu.


A onça pintada foi chamada de ‘BALAN’  (jaguar) em maia, e simbolizava o poder. Somente as pessoas que tinham autoridade na sociedade podiam usar roupas com pele de jaguar. Para viajar durante a noite pelo mundo dos mortos o deus-sol transformava-se num jaguar . As manchas em sua pele relacionam-se  às constelações do céu noturno.  É o deus “Senhor do fundo”. É também a terra, que com sua boca aberta devora o sol entre as luzes do crepúsculo. 

 Nas laterais, as chamas do fogo sagrado, purificando e servindo de canal de comunicação entre a energia dos 3 planos da existência dos maias – infra-mundo, terrestre e celeste.

Óleo sobre tela - 60 x 80 cm 2013
KEJ


Óleo sobre tela - 60 x 80 cm. 2013

PIRÂMIDE MAIA

As pirâmides-montanhas de Tikal e outras cidades maias representavam o Universo e serviam como meio de comunicação com o mundo espiritual. Elas exaltavam o poder dos governantes. Os santuários ficavam no nível superior e representavam a criação do mundo, a união com a superfície da terra, o céu e o mundo subterrâneo, o inframundo, aqui representado por uma caverna que representava a entrada para o Xibalba.

A pirâmide representada é o templo VI em Tikal, uma edificação de 57 m. de altura, construído por volta do ano 750 d.C.

Óleo sobre tela - 60 x 80 cm. 2017

SAN SIMÓN ou MAXIMÓN

Também conhecido com os nomes de Rilaj Mam, Don Pedro e San Simón – Ele é o Grande Avô Mam, o Anjo, o Doutor e Grande avô Pedro.

A origem do seu culto pré-colombiano se crê ser o sincretismo do deus maia Mam influenciado pelo catolicismo. Ele é o elo entre o Xibalba – Mundo inferior e o mundo superior – (Coração do céu).

È representado vestido à moda do século XVIII. Existe contudo outras formas de representar conforme a região da Guatemala onde é cultuado. Segura numa das mãos um cajado sagrado e tem a outra mão aberta para receber as oferendas.

Essas oferendas são tabaco, dinheiro e bebidas alcoólicas para ganhar seus favores em troca de boa saúde, boas colheitas, aconselhamento matrimonial e abrir os caminhos...

Óleo sobre tela - 60 x 80 cm. 2017

FOGUEIRA SAGRADA

O sangue dos sacrifícios ritualísticos que os antigos maias realizavam de tempos em tempos, caía sobre folhas de papel que eram queimadas e a fumaça se transformava na "Visão da Serpente", através da qual se mantinha contato com os ancestrais, recebendo desses o conhecimento, inspirações, conselhos, proteção, etc.

Os maias de hoje, mantém o mesmo contato com os ancestrais e as forças telúricas através da fogueira sagrada, quando por ocasião desse sagrado ritual, o "Ajq'ij" (xamã maia) e os pedintes, num ato de fé, rezam e invocam o “Coração do céu e Coração da terra” Tz’aqol, B’itol”, pedindo permissão e inspiração aos ancestrais para dissolver e eliminar as energias negativas existentes nos participantes e assim deixar fluir a intenção dos pedidos.


Óleo sobre tela 80 X 60 cm. 2022

CERIMÔNIAS SAGRADAS

Um “Ajq’ij” – (sacerdote maia), no centro, realiza uma cerimônia do fogo sagrado. À direita do quadro, Tikal, o templo do Grande Jaguar, que continua sendo um centro cerimonial. À esquerda, a igreja de Santo Tomaz em Chichicastenango, que foi construída sobre um templo maia. Ao centro, confrades da igreja carregam cruzes processionais.

Desde os tempos antigos, os centros cerimoniais são lugares onde se convergem os pontos de energia positiva e negativa que se encontram em harmonia, muito importante para o reencontro pessoal com os elementos de que somos formados; são encontrados em rios, lagos, barrancos, nascentes, cavernas, colinas, planícies, vulcões, também em muitas igrejas católicas, pois foram construídas em espaços que foram antigos centros cerimoniais, surgindo assim o sincretismo religioso. A fé e a devoção religiosa estão intactas na espiritualidade ancestral que se conservou até os dias de hoje. O uso de muitas velas, flores e incenso (copal), acompanham as orações nesses locais sagrados.


Óleo sobre tela 80 X 60 cm. 2018

SAN SIMÓN ou MAXIMÓN

Também conhecido com os nomes de Rilaj Mam, Don Pedro e San Simón – Ele é o Grande Avô Mam, o Anjo, o Doutor e Grande avô Pedro.

A origem do seu culto pré-colombiano se crê ser o sincretismo do deus maia Mam influenciado pelo catolicismo. Ele é o elo entre o Xibalba – Mundo inferior e o mundo superior – (Coração do céu).

È representado vestido à moda do século XVIII. Existe contudo outras formas de representar conforme a região da Guatemala onde é cultuado. Segura numa das mãos um cajado sagrado e tem a outra mão aberta para receber as oferendas.

Essas oferendas são tabaco, dinheiro e bebidas alcoólicas para ganhar seus favores em troca de boa saúde, boas colheitas, aconselhamento matrimonial e abrir os caminhos...

sexta-feira, 29 de março de 2013

PROJETO: OS MAIAS - 2013



A viagem para a Guatemala foi um projeto recente que aconteceu de maneira rápida e inesperada.

Sua realização foi possível, devido a um contato que tive em São Paulo com Juan Carlos Romera, durante um curso que fiz sobre “Cosmovisão Maia” 

“Juan Carlos Romera é especialista em Cosmovisão Maia e presidente da Associação Kab’awil Espanha. Representante internacional do povo maia quiché Kunenteko da Guatemala. Iniciado guia espiritual na tradição maia quiché por membros do Conselho de Anciões Maias da Guatemala. Psicólogo e terapeuta transpessoal.  
      
A Associação Kab’awil já está agora com uma sede no Brasil na cidade de São Paulo : .http://kabawilbrasil.blogspot.com /

Foi ele quem nos possibilitou essa nossa primeira viagem através de um roteiro, bem como o contato para organização turística da mesma na Guatemala.

Viajei com meu amigo Alex de Felix. Portanto, em muitas das fotos ele estará presente para demonstrar o tamanho dos monumentos, peças de Museu, etc.
 Meu amigo Alex de Felix 

Nossa viajem começou saindo do Aeroporto Internacional de Guarulhos no dia 09/03/2013 com destino à Cidade da Guatemala.
  Viajamos inicialmente com apenas uma mochila.

 Esperando o horário da partida em Guarulhos.

Após umas 8:00 hs de viagem, com conexão na Cidade do Panamá, chegamos no Aeroporto "La Aurora" na Guatemala.


Esta capital é como qualquer outra grande metrópole do mundo moderno, com suas magníficas obras arquitetônicas contemporâneas, seus grandes Shoppings, pontes, tuneis e também com todos os problemas das nossas grandes cidades – trânsito, centro/periferia, etc. O povo em geral é de uma hospitalidade e simpatia cativantes – o que senti como turista – alem da exuberância colorida dos trajes das nativas maias, pois os homens (nativos) já adotaram o vestuário masculino ocidental. Os trajes típicos masculinos podem ser vistos ainda em pequeno número em algumas cidades do interior – como em Chichicastenango, onde também estivemos.

 Já no primeiro dia na Cidade de Guatemala, fomos conhecer os Museus, pois seria meu primeiro contato com a antiga arte Maia.
 
Museu Miraflores
Foi nosso primeiro encontro com a arte maia em terras maias.
Esse museu está montado sobre parte de um sítio arqueológico – Kaminaljuyu. 

O Museu contem uma coleção bem variada se exemplares da arte maia: vasos, joias, utensílios,urnas funerárias, instrumentos musicais, lacres decorativos, incensários, relevos, dioramas, alem de uma excelente coleção de pontas de obsidianas.Toda a coleção está acompanhada de fichas, mapas e textos informativos.



Incensário Teotihuacano - A decoração mostra elementos característicos de Teotihuacan - México central - demonstrando o contato e intercambio entre essas regiões.




 


Coleção de peças e pontas de obsidiana.






Instrumentos musicais.
O espaço para exposições temporárias, que existe na parte superior do museu estava vazio.
Sob um montículo original, (é o que restou de uma estrutura antiga)  havia outra secção do museu. No subsolo, um corredor levava a uma sala de exposição de acervo que continha um sepultamento inteiro mostrado sob um vidro no chão. 




Visita à QUIRIGUÁ
È um dos três sítios arqueológicos da Guatemala, declarados pela UNESCO como patrimônio Cultural da Guatemala.O Parque Arqueològico de Quirigá se encontra no município de Los Amates, departamento de Izabal; foi uma modesta cidade maia localizada às margens do rio Montagua. Esse sítio apresenta um dos conjuntos de inscrições mais complexos da área maia.


 A ocupação da área data desde o ano 400 d.C, que e em seu inicio foi um pequeno porto que estava sob a autoridade do reino de Copan, até que já no ano 738 d.C. seu governante K’ak’Tiliw Chan Yopat ( ver estela D), se rebelou contra o rei de Copan, Waxaklajuun Ub’ah K’awiil (18 imagens do deus Kawil),  popularmente conhecido como “18 coelho”, resultando na derrota e decapitação desse rei de Copan em Quiriguá, conseguindo assim a independência politica e econômica da cidade.
A Grande Praça de Quiriguá foi a maior conhecida em toda área maia com um total de 300 x 150 m. Em tempos antigos, a praça apresentava dois níveis recobertos com pedras grandes de seixo rolado sobre o qual se colocaram 11 dos 17 monumentos que tem o sítio. Foi nessa praça onde o rei de Quiriguá decapitou publicamente o rei de Copan.

 


 

Estela D – erigida na data de 19 de fevereiro de 766 d.C. Pertence ao rei nais importante de Quiriguá, conhecido como “K’ak Tiliw Chan Yo’pat (Yopat, o  que queima o céu com fogo), reinando entre os anos de 724 a 785 d.C.

 Detalhe das inscrições na lateral da estela.

Informação histórica e desenho de linha da estela D encontrados dentro do Museu de Quiriguá.



 


As estelas apresentam sempre dois lados com a imagem real e inscrições nas laterais
 
Informação histórica e desenho de linha da estela F encontrados dentro do Museu de Quiriguá





   Estela J - A numeração maia é conhecida pela utilização de pontos e barras para representar distintas quantidades, uma concha representa o zero, um ponto um e uma barra o cinco. Em alguns casos em inscrições de conta larga, os escribas maias substituíram esses signos por cabaças de divindades, cada uma das quais tem uma característica que a identifica com os demais; essa troca é conhecida como ‘variantes de cabeça’ – como se observa no lado oeste da estela J.



 



 

 Estela E – É o monumento mais alto conhecido de toda área maia e mede 10,60 m de altura, pesando aproximadamente 60 toneladas. Foi talhada durante o reinado de K’ak’Tiliw Chan Yo’pat. A estela mostra o governante com suas insígnias do poder comemorando sua ascensão ao trono, a captura e a decapitação de (18 coelho) e outros eventos rituais acontecidos durante seu reinado.





A Acrópole de Quiriguá representam o resultado de aproximadamente 400 anos de construções sobrepostas umas sobre as outras. O conjunto que vemos hoje em dia é o complexo residencial construído durante o reinado de K’Ak’ Jolow Yo’ Pat entre os anos de 800 a 810.








Os altares
Altar O – erguido em 11 de outubro de 790 d.C. por ‘Ceu Xul’ – sucessor de K’ak’Tiliw Chan Yo’pat. Teve um reinado curto, de 785 a 800 d.C. O altar foi colocado na praça do ‘Jogo de bloa’, em frente da acroplole. Esse altar mostra o próprio rei realizando uma dança com a mascara de uma deidade. As inscrições mencionam eventos ocorridos durante seu reinado, bem como do reinado anterior. O Altar é magnificamente entalhado.






Altar zoomorfo P – Esculpido em 15 de setembro de 795 d.C. é considerado uma das mais belas obras de arte maia por seu fino entalhe e intrincada decoração que mostra o governante ‘Ceu Xul’ em uma posição dinâmica com seus pés voltados para o sul, suas mãos estão estendidas e sobre seu rosto, uma máscara da qual surgem duas serpentes. Nos lados do monumento se pode observar as garras, cabeça e asas do pássaro celestial ‘Muan’ assim como as máscaras do deus da chuva ‘Chaak’.

 Vaias outras estelas e altares da cidade.












O MUSEU DE QUIRIGUÁ


O Museu de Quiriguá encontra-se ao lado do sitio arqueológico e está muito bem montado com painéis informativos mostrando toda a história do local, desde sua descoberta, com achados na área, etc.






 Relevo com jogadores de bola.